Janeiro é um mês longo e frio. O tempo custa a passar... E foi a propósito do Tempo que o nosso painel foi decorado com um travalínguas e um soneto em forma de trocadilho que vieram mesmo a propósito!! O tempo perguntou ao tempo quanto tempo o tempo tem, o tempo respondeu ao tempo que o tempo tem tanto tempo quanto tempo o tempo tem. CONTA E TEMPO Deus pede estrita conta de meu tempo. E eu vou, do meu tempo, dar-lhe conta. Mas, como dar, sem tempo, tanta conta, Eu, que gastei, sem conta, tanto tempo? Para dar minha conta feita a tempo, O tempo me foi dado, e não fiz conta. Não quis, sobrando tempo, fazer conta. Hoje, quero fazer conta, e não há tempo. Oh, vós, que tendes tempo sem ter conta, Não gasteis vosso tempo em passatempo. Cuidai, enquanto é tempo, em fazer conta! Pois, aqueles que, sem conta, gastam tempo, Quando o tempo chegar, de prestar conta, Chorarão, como eu, o não ter tempo... Soneto escrito no século XVII